No mês do orgulho LGBTQIA+, as alunas Laura Pravato, Mariana Guedes Silva Ribeiro e Xandra Tavares Cicarini, do primeiro período de Psicologia, escolheram o tema para o trabalho da disciplina Seminário I. Através de respostas anônimas coletadas em um formulário, elas buscam entender como foi a vivência de pessoas da comunidade LGBTQIA+ no ambiente escolar.
“Na escola, muito se fala sobre diversidade, sobre a necessidade de aprendermos a respeitar o diferente. Porém, quase nunca essas instituições promovem ações reais e efetivas no combate à intolerância contra a pluralidade, principalmente na questão de identidade de gênero e orientação sexual. Achamos importante escolher esse grupo (LGBTQIA+) porque sabemos que é uma minoria que passa por constante discriminação em todos os ambientes, mas que, no contexto educacional essa ações são potencializadas contra eles”, conta Mariana.
Além de ouvir vivências e histórias, o trabalho pretende refletir sobre a importância de profissionais da psicologia nas escolas. De acordo com as respostas já obtidas no formulário, grande parte das pessoas que relataram ter sofrido discriminação, ao reportar o ocorrido para a escola não obteve retorno. Mas o dado que mais chama atenção é o fato de que, a maior parte das pessoas que foram vítimas de LGBTfobia foram silenciadas e nem chegaram a reportar o ocorrido.
Para Xandra, são principalmente esses casos que mostram a importância do psicólogo escolar: “Acredito que os psicólogos nas escolas sejam importantes justamente nesse aspecto de representar um ponto de referência para quem sofre preconceito, de ser um porto seguro para quem esses jovens recorrem, contam suas experiências e podem ser compreendidos”.
De acordo com Laura, a importância do psicólogo vai além da vida escolar. “Existe preconceito do outro, às vezes dentro de casa, às vezes na escola, às vezes em todos os lugares. Como vive esse indivíduo? Quem está do seu lado? Para isso o psicólogo deve estar ali, por isso ele deve ser o pilar, deve ser parte da estrutura, deve manter as relações saudáveis, deve promover a diversidade, garantindo o direito de ser quem se é”, afirma. Para ela, diversidade, psicologia e aprendizagem tem tudo a ver. “Nós estamos aqui pelas pessoas, cada uma com sua subjetividade, com sua história. E a escola é o centro da diversidade! Um dos primeiros contatos do indivíduo é com o ambiente escolar, lá se conhece as diferenças e se aprende com elas”, finaliza.
O trabalho, que está na fase de coletar depoimentos, vai virar artigo e ser apresentado para a turma. Para colaborar de forma anônima, acesse e preencha o formulário aqui.